28 de outubro de 2008

AULA 10 DE TGA

ABORDAGEM SISTÊMICA

· A teoria geral da Administração passou por uma gradativa e crescente ampliação do enfoque desde a Abordagem Clássica, Humanísitca, Neoclássica, Estruturalista e Behaviorista até a Abordagem Sistêmica.

Os Classistas se basearam em três princípios intelectuais: o reducionismo, o pensamento analítico e o mecanismo.

Com o aparecimento do pensamento Sistêmico os princípios mudam para o expansionismo, pensamento sintético e da teleologia.

Expansionismo: todo fenômeno é parte de um outro maior.

Pensamento sintético: é o fenômeno que se pretende explicar e é visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos de papel que desempenha nesse sistema maior.

Teleologia: é o princípio segundo o qual a causa é uma condição necessária, mas nem sempre suficiente para que surja o efeito. O sistema apresenta características próprias que não existem em cada uma de suas partes integrantes, pois são visualizados como entidades globais e funcionam em busca de objetivos.

Os princípios acima fizeram surgir a cibernética e desaguou na Teoria Geral da Administração.

A palavra cibernética significa a arte de governar navios, que em 1834, Ampère (1775-1836) retomou a palavra com o sentido de controle ou direção e Maxwell (1831-1879) utilizou-a como regulador ou governador.

Os principais conceitos de Sistemas são: entrada, saída, retroação, caixa negra, homeostasia e informação.

Entrada – input: tudo o que o sistema importa ou recebe do mundo exterior que pode ser informação, energia e materiais.

Saída – output: é o resultado final da operação de um sistema.

Caixa negra: é um sistema onde o interior não pode ser desvendado. Na Administração muitos problemas são tratados inicialmente como caixa negra atuando somente nas entradas e saídas e, posteriormente, passa-se a trabalhar nos aspectos internos do sistema. Após esta investida a caixa preta é transformada em caixa branca.

Conceito de retroação ou feedback: mecanismo segundo o qual uma parte da energia de saída de um sistema volta à entrada.

Homeostasia: equilíbrio dinâmico obtido através da auto-regulação. É a capacidade que tem o sistema de manter certas variáveis dentro dos limites. A homeostasia ocorre quando a organização dispõe de mecanismos de feedback capaz de restaurar o equilíbrio perturbado por estímulos.

Informação: é o processo de redução de incerteza.

Para conceituarmos informação são preciso dois outros conceitos: dados e comunicação.

Dado: registro ou anotação a respeito de um evento. Quando um conjunto de dados possui um significado temos uma informação.

Comunicação: quando a informação é transmitida a alguém e compartilhada também por pessoas.
TEORIA GERAL DOS SISTEMAS

· A TGS parte de três premissas básicas: os sistemas existem dentro de sistemas, são abertos e as funções de um sistema dependem de sua estrutura.

· O conceito de sistemas proporciona uma visão compreensiva, abrangente, holística de um conjunto de coisas complexas, dando-lhes uma configuração e identidade total.

· Há uma variedade de sistemas e tipologias para classificá-los. Estes podem ser, quanto à sua constituição físico ou abstrato e quanto à sua natureza, fechado ou aberto.

· Homem funcional: o indivíduo comporta-se em um papel dentro das organizações, inter-relacionando-se com os demais indivíduos como um sistema aberto. Este homem mantém uma expectativa quanto ao papel dos demais indivíduos e procura enviar aos outros as suas expectativas de papel.

TEORIA DE SISTEMAS

Sistemas – conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado. O todo representa características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos isolados. Exemplo: a características do 4º período de Administração manhã da PUC Minas em Contagem são totalmente diferentes do ... e da ... que o formam.

· Fundamenta-se em três premissas básicas: os sistemas existem dentro de sistemas – cada sistema é constituído de subsistemas e, ao mesmo tempo, participa de um sistema maior, o supra-sistema. Esse encadeamento parece ser infinito; os sistemas são abertos - é uma decorrência da premissa anterior, ou seja, são caracterizados por um processo infinito de intercâmbio como o seu ambiente para trocar energia e informação; as funções de um sistema dependem de sua estrutura - cada sistema tem um objetivo ou finalidade que faz o intercâmbio com os outros dentro de um espaço.

· Segundo Bertalanffy o sistema é um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas sob dois aspectos: o de propósito (ou objetivo) – definem um arranjo que visa sempre um objetivo ou finalidade a alcançar e o de globalismo (ou totalidade) – qualquer estímulo em uma unidade afetará todas outras devido a relação entre elas.

· Os tipos de sistemas são: quanto à sua constituição podem ser físicos ou concretos – equipamento, maquinário, hardware; abstratos ou conceituais - conceitos, planos, filosofia, pensamento, software; quanto à sua natureza podem ser fechados - não apresentam intercâmbio com o seu meio e que a rigor não existem; abertos - trocam energia regularmente com o meio ambiente e têm como característica básica a adaptabilidade.

· As organizações apresentam características de sistemas abertos, pois seu comportamento probabilístico e não determinístico, parte de uma sociedade maior e constituída de partes menores, interdependência das partes, homeostase, fronteiras e limites, morfogênese e resiliência.

· Comportamento probabilístico e não determinístico – ocorrência de variáveis externas desconhecidas e incontroláveis. As organizações são complexas e respondem a muitas variáveis ambientais que não são totalmente compreensíveis.

· Parte de uma sociedade maior e constituída de partes menores – sistemas dentro de outros sistemas e estes são complexos de elementos colocados em interação.

Interdependência das partes – a mudança de uma parte provoca impacto sobre a outra. Com a divisão do trabalho, as partes precisam ser coordenadas através de meios de integração e de controle.

Homeostase – unidirecionalidade ou constância de direção, progresso em relação ao fim, homeostasia e adaptabilidade.

Fronteiras e limites – as transações entre as organizações e ambiente são feitas pelos elementos situados nas fronteiras organizacionais.

Morfogênese – modificação em si própria e sua estrutura básica por meio do qual os seus membros comparam os resultados desejados com os resultados obtidos e detectam os erros que devem ser corrigidos para modificar a situação.

Resiliência – capacidade de superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo. Esta determina o grau de defesa ou de vulnerabilidade do sistema e pressões ambientais externas.

Exemplo WALL – MART, case página 492

AULA 9 DE TGA( POSSUI ALGUNS QUADROS PORÉM NAO ESTAO FORMATADO AQUI)

ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

· Os pontos de vistas dos autores clássicos nunca deixaram de subsistir.
· Todas as teorias administrativas se assentaram na AC, seja como ponto de partida seja como crítica para tentar uma posição diferente, mas a ela relacionada intimamente.
· A Abordagem Neoclássica é a AC devidamente atualizada e com dimensões atualizadas aos problemas administrativos atuais e a complexidade das organizações de hoje.
· A Teoria Neoclássica é a AC com um figurino novo para as empresas de hoje, e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição de todas as demais teorias administrativas.
· A Abordagem Neoclássica identifica as funções dos Administradores e, logo após, retira delas os principais fundamentos da complicada prática da Administração.
· Para os autores neoclássicos, a administração consiste em orientar, dirigir, e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum.
· Sendo assim, o Administrador é aquele que consegue fazer o grupo alcançar seus objetivos com o mínimo de dispêndio de recursos e de esforços e com menos atritos com outras atividades úteis.
· O homem cada vez mais precisa cooperar com outros, para atingir seus objetivos: nessa linha de pensamento, a Administração é basicamente a coordenação de atividades grupais.
· Um dos fenômenos marcantes deste século é o surgimento de uma sociedade de organizações. As tarefas nesta sociedade estão sendo confiadas a grandes instituições, como o governo, as universidades, os sindicatos, as empresas...
· Com um número muito grande de organizações, tendem a um número significativo de objetivos, e nenhuma dessas organizações existem por si só.
· Resumindo, todas têm uma dimensão administrativa comum:
a) objetivos – a organização não vive para si própria, seus objetivos estão fora dela, e é sempre uma contribuição para o indivíduo e a sociedade. Se não definir claramente seu objetivo, não haverá possibilidade de avaliar seu resultado ou sua eficiência;
b) administração – todas são diferentes nos seus objetivos, mas são semelhantes na área administrativa. Todas irão reunir um conjunto de pessoas, que atuando juntas irão integrar um empreendimento comum. Assim, todas as organizações têm um mesmo problema de equilibrar os objetivos com as necessidades dos indivíduos.





c) desempenho individual – é um campo onde há menor diferença entre as organizações. O desempenho individual é a eficácia do pessoal que trabalha dentro das organizações. São as pessoas que fazem, decidem e planejam, enquanto as organizações são ficções legais, pois, por si, nada fazem, nada decidem, nada planejam.

EFICIÊNCIA
EFICÁCIA
· ênfase nos meios
· fazer corretamente as coisas
· resolver os problemas
· salvaguardar os recursos
· cumprir tarefas e obrigações
· treinar os subordinados
· manter as máquinas
· presença nos templos
· rezar
· jogar futebol com arte
· ênfase nos resultados
· fazer as coisas certas
· atingir objetivos
· otimizar a utilização dos recursos
· obter resultados
· proporcionar eficácia aos seus subordinados
· máquinas em bom funcionamento
· práticas dos valores religiosos
· ganhar o céu
· ganhar a partida


CENTRALIZAÇÃO

· Centralização significa que a autoridade para tomar decisões está próxima ao topo da organização.
· Esta enfatiza as relações escalares, isto é a cadeia de comando.
· A centralização foi valorizada no passado devido às seguintes vantagens:
a) as decisões são tomadas por administradores que possuem uma visão global da empresa;
b) o topo geralmente está melhor preparado e treinado do que os que estão nos níveis mais baixos;
c) as decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais;
d) elimina-se esforços duplicados de vários tomadores de decisão e reduz custos operacionais;
e) certas áreas, como aquisições e tesourarias, permitem maior especializações e vantagens com a centralização
· Todavia, tem suas desvantagens:
a) as decisões são tomadas por administradores que estão distanciados dos fatos e das circunstâncias;
b) o topo geralmente não tem contato com as pessoas e situações envolvidas;
c) as linhas de comunicação da cadeia escalar provocam demoras e maior custo operacional;


d) as decisões tem que passar pela cadeia escalar, envolvendo pessoas intermediárias e possibilitando distorções e erros pessoais no processo de comunicação das decisões.

DESCENTRALIZAÇÃO

· A descentralização proporciona a pulverização das decisões nos níveis mais baixos da organização.
· A descentralização hoje, proporciona melhor utilização dos recursos humanos.
· Princípio que rege a descentralização: a autoridade para tomar ou iniciar a ação deve ser delegada tão próxima da cena quanto possível.
· O grau de descentralização é tanto maior quando:
a) quanto maior for o número de decisões tomadas nas escalas mais baixas na hierarquia administrativa;
b) quanto mais importantes forem as decisões tomadas nos níveis mais baixos da hierarquia administrativa. Quanto maior for o valor das despesas que um gerente pode aprovar sem consultar os seus superiores, maior será o grau de descentralização;
c) quanto menor for a supervisão sobre a decisão tomada. Ocorre a descentralização quando nenhuma supervisão ou controle direto é feito ao tomar-se uma decisão.
· A descentralização significa relativa autonomia e independência para tomar decisões.
· Há quatro elementos que concorrem para aumentar a descentralização:
a) complexidade dos problemas organizacionais – o avanço tecnológico, as inovações e outras variáveis, requerem rapidez e precisão nas decisões, o que se torna um risco se toda a autoridade for concentrada nas mãos de um só executivo;
b) delegação de autoridade – o crescimento da organização é um sinal de vitalidade e de garantia de sobrevivência, sendo assim, a delegação de autoridade parece ser a resposta correta para que a organização não atrofie e permaneça perene;
c) mudança e incerteza – quanto maior a necessidade de mudança e de inovação, tanto maior será a necessidade de descentralização;
d) em tempos de estabilidade – em épocas de certeza e previsibilidade, a descentralização é preferida. Nas crises, situações de riscos e de dificuldade, a autoridade costuma ser centralizada e a descentralização somente voltará quando o perigo já tiver sido ultrapassado.
· Vantagens da descentralização: corte de atrasos nas decisões, economia de tempo e dinheiro, permite aumentar a eficiência e motivação, melhora a qualidade nas decisões, alívio da cúpula e fazendo com que concentrem-se em decisões de maior importância, gastos com coordenação
são reduzidos e permite a formação de Administradores mais motivados e conscientes dos seus resultados.
· Desvantagens: falta de uniformidade das decisões, insuficiente aproveitamento dos especialistas e a falta de equipe apropriada.

FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR

§ Dentro da linha proposta por Fayol, os autores neoclássicos adotam o processo administrativo como núcleo de sua teoria eminentemente eclética e utilitarista.
§ De um modo geral, se aceita hoje o planejamento, a organização, a direção e o controle como funções básicas do administrador. O desempenho dessas quatro funções básicas – planejar, organizar, dirigir e controlar – constitui o chamado processo administrativo.

Planejamento

§ As organizações não trabalham na base do improviso.
§ O planejamento é a primeira função administrativa, pois serve de base para as demais funções.
§ Os objetivos serão determinados a partir do momento que se planeja.
§ Planejar é definir os objetivos e escolher o melhor curso de ação para alcançá-los.
§ O planejamento definirá onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que seqüência.
§ Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir e são alvos escolhidos dentro de um certo espaço de tempo.
§ As organizações geralmente buscam vários objetivos ao mesmo tempo. Sendo assim, há uma hierarquia de objetivo, pois alguns podem ser mais importantes e predominantes sobre os demais.
§ O planejamento irá se compor em estratégias e políticas em longo prazo por meio das quais se pretende alcançar os objetivos globais da organização, como também em um conjunto de planos detalhando as atividades cotidianas para o alcance de objetivos imediatos relacionados com uma divisão ou órgão da organização.
§ A partir de objetivos organizacionais, a empresa irá fixar suas:

Políticas – guias orientadores da ação administrativa, limitações, embora flexíveis e elásticos, que irão demarcar as áreas em que as ações administrativas deverão se desenvolver;


Diretrizes – são princípios estabelecidos para possibilitar o alcance dos objetivos pretendidos. Como os objetivos são fins, as diretrizes servem para balizar os meios adequados para atingi-los e canalizar as decisões;
Metas – são alvos a atingir em curto prazo, que devem mensurar e mostrar o tempo para o atendimento;
Programas – são os planos específicos, variáveis e podem incluir um conjunto integrado de planos menores. Ex.: programa de produção ou programa de financiamento;
Procedimento – são os modos pelos quais os programas deverão ser executados ou realizados. Ex.: procedimento de admissão de pessoal ou emissão de cheque - rotinas;
Métodos – geralmente o método é atribuído a cada pessoa que ocupa um cargo ou realiza uma tarefa. O método detalha como o trabalho deve ser realizado;
Normas – são as regras ou regulamentos que cercam e asseguram os procedimentos. Ex.: proibição de fumar, horários de trabalho, falta ao trabalho.

§ Além da hierarquia de objetivos, também existe a hierarquia do planejamento:
Planejamento estratégico – mais amplo e abrangente. É projetado em longo prazo, tendo seus efeitos e conseqüências estendidos a vários anos pela frente. Definido pela cúpula e corresponde a um plano maior;
Planejamento tático – é feito em nível departamental. Projetado para o médio prazo, abrange recursos específicos e preocupa-se em atingir os objetivos departamentais;
Planejamento operacional – é planejamento elaborado para cada tarefa. Projetado para curto prazo e é definido pelo nível operacional.
§ Existem quatro tipos de planos:








Tipos
de
Planos



Relacionados
com
Métodos



®


Procedimentos


Métodos de trabalhos ou de execução.
Representados por
Fluxogramas



Relacionados
com
Dinheiro



®


Orçamento


Receita/despesa
em um dado período
de tempo


Relacionados
com
Tempo



®


Programas ou Programações


Correlação entre tempo e atividades (agendas). Representados por cronogramas



Relacionados
com
Comportamento



®


Regras ou Regulamentos


Como as pessoas devem se comportar em determinadas situações


Organização

A organização como entidade social dirigida para objetivos específicos e estruturados:
§ Organização formal – é aquela baseada em uma divisão do trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em determinadas atividades.
§ Organização informal – emerge espontânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na organização formal.
§ A organização como função administrativa e parte integrante do processo administrativo.

Abrangência
Tipo de Desenho
Conteúdo
Resultante
Nível
global/institucional
Organizacional
A empresa como uma totalidade
Tipos de organização
Nível
intermediário/departamental
Departamental
Cada departamento isoladamente
Tipo de departamentalização
Nível
Operacional/tarefas
Cargos e Tarefas
Cada tarefa ou operação apenas
Análise e descrição de cargos

Direção

§ A direção constitui a terceira função administrativa e que vem logo depois do planejamento e da organização.
§ Resta agora fazer as coisas andarem e acontecerem, acionando e dinamizando a empresa.
§ A direção está relacionada com a atuação sobre os recursos humanos da organização.
§ Como não há empresas sem pessoas, a direção constitui uma das mais complexas funções administrativas pelo fato de envolver orientação, assistência à execução, comunicação, motivação, enfim todos os processos por meio dos quais os administradores procuram influenciar os seus subordinados para que se comportem dentro das expectativas e consigam alcançar os objetivos da organização.

Controle

§ O controle depende do planejamento, da organização e da direção para formar o processo administrativo.
§ Portanto, o controle irá: definir os padrões de desempenho, monitorar o desempenho, comparar o desempenho com os padrões e tornar a ação corretiva para assegurar os objetivos desejados.




TIPOS DE ORGANIZAÇÃO

§ Podemos distinguir três tipos tradicionais de organização: linear, funcional e linha-staff.

Organização Linear

§ Características:
a) autoridade linear ou única – unidade de comando, típica da existente nas organização militar. O subordinado recebe ordem a um único superior;
b) linhas formais de comunicação – comunicações por meio das linhas existentes no organograma. Possui dois terminais de comunicações, um orientado para cima (responsabilidade) e outro para baixo (autoridade);
c) centralização das decisões – deslocamento e convergência da autoridade para a cúpula da organização, ou seja, só existe uma autoridade máxima que centraliza todas as decisões e o controle da organização;
d) aspecto piramidal – a organização apresenta uma conformação tipicamente piramidal.

§ Vantagens:
a) estrutura simples e de fácil compreensão – por ter um pequeno número de órgãos ou cargos, as opções de comunicação e de relações formais são mínimas.
b) nítidas e clara delimitação das responsabilidades dos órgãos;
c) facilidade de implantação;
d) bastante estável;
e) organização mais indicada para pequenas empresas.

§ Desvantagens:
a) não responde adequadamente às mudanças rápidas e constantes da sociedade moderna, pois as relações formais não mudam;
b) organização autocrática, provocando rigidez na disciplina e dificuldade a cooperação e a iniciativa das pessoas;
c) enfatiza a exagerada função do chefe e de comando, pressupondo que são capazes de fazer tudo e saber tudo;
d) a unidade de comando torna o chefe um generalista;
e) à medida que cresce, a organização se congestiona e compromete a comunicação;
f) comunicação demorada, sujeita a intermediários e a distorções.


§ Aplicabilidade da organização linear:
a) organização pequena e não requer executivo especialista;
b) organização no estágio inicial;
c) quando as tarefas são padronizadas na organização, permitindo plena concentração nas atividades principais de operação, já que a estrutura é estável e permanente;
d) quando a organização tiver vida curta e a rapidez na execução do trabalho;
e) quando a organização julgar mais interessante investir em consultoria;

Organização Funcional

§ Características:
a) autoridade funcional ou dividida – nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados, mas autoridade parcial e relativa, decorrente de uma especialização;
b) linhas diretas de comunicação – sem necessidade de intermediação;
c) descentralização das decisões – deslocamento e distribuição das decisões para os órgãos ou cargos mais adequados para sua tomada e implementação;
d) ênfase na especialização – em todos os níveis da organização existe uma especialização

§ Vantagens:
a) concentração total e única sobre o seu trabalho e sua função, trazendo maior eficiência e profundidade no desempenho de cada órgão ou cargo;
b) permite a melhor supervisão técnica possível – cada órgão ou cargo reporta-se a experts do seu campo de especialização;
c) desenvolve comunicação direta;
d) separa as funções de planejamento e de controle das funções de execução.

§ Desvantagens:
a) diluição e perda de autoridade de comando;
b) subordinação múltipla;
c) tendência a concorrência entre os especialistas;
d) tendência à tensão e conflitos dentro da organização;
e) confusão quando aos objetivos;





§ Aplicabilidade da organização funcional:
a) organização, por se pequena, tem uma equipe de especialistas bem entrosada, reportando-se a um dirigente eficaz e orientado para objetivos comuns muito bem definidos e colocados;
b) em determinadas circunstâncias e tão-somente, a organização delega, durante um certo período, autoridade funcional a algum órgão especializado sobre os demais órgãos, a fim de implantar alguma rotina ou procedimento ou a fim de avaliar e controlar alguma atividade.

ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVO – APO

§ A partir de 1950 a Teoria Neoclássica deslocou uma atenção antes fixada nas atividades meio para os objetivos ou finalidades da organização.
§ A preocupação de como administrar passou à preocupação de porque ou para que administrar.
§ A APO é uma técnica de gerenciamento de esforços por meio de planejamento e controle administrativo fundamentado no princípio de que, para atingir resultados, a organização precisa antes definir em que negócio está atuando e aonde pretende chegar.
§ A APO é um sistema dinâmico que integra a necessidade da organização de alcançar os seus objetivos de lucro e crescimento, a par da necessidade do gerente de contribuir par ao seu próprio desenvolvimento.
§ A APO apresenta as seguintes características:
1. estabelecimento conjunto de objetivos entre o executivo e o seu superior;
2. estabelecimento de objetivos para cada departamento ou cargo;
3. interligação entre os vários objetivos departamentais;
4. ênfase na mensuração e no controle dos resultados;
5. contínua avaliação, revisão e reciclagem dos planos;
6. participação atuante das gerências;
7. apoio intensivo.

§ A APO constitui uma técnica sistemática de gerência. Forte ênfase é colocada no planejamento e no controle.
§ Os critérios para escolha dos objetivos devem ser estabelecidos de acordo com a prioridade e a sua contribuição para o alcance dos resultados-chave da empresa, como:
1. procurar as atividades que têm maior impacto sobre os resultados;
2. o objetivo deve ser específico e basear-se em dados concretos;

3. focalizar objetivos na atividade e não na pessoa;
4. detalhar cada objetivo com metas;
5. usar linguagem compreensível para os gerentes;
6. concentrar-se nos alvos vitais do negócio e não de dispersar em atividades secundárias;
7. o objetivo deve indicar o resultado a ser atingido, mas não deve limitar a liberdade de escolha dos métodos;
8. indicar o quanto, mas não o como;
9. o objetivo deve ser difícil de ser atingido, requerendo um esforço especial;
10. o objetivo deve representar uma tarefa suficiente para o todo o exercício fiscal da empresa;
11. o objetivo deve ter uma ligação com o plano de lucros da empresa, que deve ser o objetivo último.

§ Objetivos mais comuns nas organizações:
1. posição competitiva no mercado;
2. inovação e criatividade nos produtos;
3. produtividade e índice de eficiência;
4. aplicação rentável dos recursos físicos e financeiros;
5. taxa de dividendos ou índice de retorno do capital investido;
6. qualidade da administração e desenvolvimento dos executivos;
7. responsabilidade pública e social da empresa.

§ Escolhido e fixados os objetivos organizacionais, o próximo passo é saber como alcançá-los, estabelecendo estratégias empresariais.
§ Estratégia: mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito global visando a atingir objetivos em longo prazo.
§ Tática: esquema específico de emprego de recursos dentro de uma estratégia geral.
§ Comparação entre estratégia e tática:

Estratégia
Tática
§ Envolve a organização como uma totalidade
§ Refere-se a cada departamento ou unidade da organização
§ É um meio para alcançar objetivos organizacionais
§ É um meio para alcançar objetivos departamentais
§ É orientada para longo prazo
§ É orientada para médio ou curto prazo
§ É decidida no nível institucional da organização
É definida no nível intermediário para cada gerente de departamento ou unidade da organização







§ Alguns benefícios da APO:

Alguns benefícios da APO
Alguns malefícios da APO
§ Aclaramento do objetivo
§ Coerção sobre subordinados
§ Melhoria do planejamento
§ Aprovação de objetivos incompatíveis
§ Padrões claros para controle
§ Papelório em excesso
§ Aumento da motivação do pessoal
§ Focalização sobre resultados mais facilmente mensuráveis do que sobre os resultados mais importantes
§ Avaliação mais objetiva
§ Perseguição rígida de objetivos que poderiam ser abandonados
§ Melhoria do moral


§ A transição de o estilo administrativo a partir da APO:

Pré APO
Pós APO
§ Administração do cotidiano
§ Visualização para dentro
§ Orientação para os produtos/serviços
§ Orientação para a organização
§ Orientação para as atividades
§ Administração da rotina
§ Ênfase no “como”
§ Ênfase no dinheiro, máquinas e materiais
§ Controle centralizado, funcional e tecnocrático
§ Estilo autocrático
§ Diretrizes e supervisão
§ Individualismo
§ Focalização no futuro
§ Visualização para fora
§ Orientação para as pessoas
§ Orientação para clientes
§ Orientação para os resultados
§ Criação de inovações
§ Ênfase no “para que”
§ Ênfase em pessoas, mentalidade e tempo
§ Iniciativa descentralizada dos subordinados
§ Estilo participativo
§ Delegação e responsabilidade
§ Trabalho em equipe

AULA 8 DE TGA

ABORDAGEM COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO

· A partir dos movimentos da TRH e após a publicação de vários livros de autores como Chester Barnard, Georige Homans e Heber Simon nasce uma nova configuração sobre a gestão administrativa.

· A partir de 1950 desenvolve, inicialmente nos EUA, uma nova concepção de Administração, trazendo novos conceitos, novas variáveis e, sobretudo, uma nova visão da teoria administrativa baseada no comportamento humano nas organizações.

· A Abordagem Comportamental – também chamada Behaviorista – marca a mais forte ênfase das ciências do comportamento, originando-se da psicologia organizacional.

· Comportamento: maneira pela qual um indivíduo ou uma organização age em resposta ao seu meio ambiente.

· É com a Abordagem Comportamental que a preocupação com a estrutura se desloca para a preocupação com os processos e com a dinâmica organizacional.

· Ainda há a predominância na ênfase nas pessoas, mas dentro de um contexto organizacional.

· A Abordagem Comportamental se divide em duas frentes:

1. Teoria Comportamental da Administração
2. Teoria do Desenvolvimento Organizacional

TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO

· Esta teoria veio significar uma nova direção e um novo enfoque dentro da teoria administrativa.

· A ênfase permanece nas pessoas, mas tendo um contexto organizacional.





· Origem:
Ø oposição pesada da TRH em relação à AC, caminhou lentamente para um segundo estágio: Teoria Comportamental. Procurou-se representar uma nova tentativa de síntese da teoria da organização formada com o enfoque das relações humanas;
Ø a Teoria Comportamental pode ser considerada um desdobramento da TRH, só que rejeita as concepções ingênuas e românticas daquela;
Ø a Teoria Comportamental critica severamente a AC;
Ø o marco do início da Teoria Comportamental foi a publicação do livro de Herbert A Simon – “O Comportamento Administrativo”;

· O livro de Herbert A Simon faz um ataque indiscriminado aos princípios da AC e a aceitação – com os devidos reparos e correções – das principais idéias da TRH.

· Para explicar o comportamento organizacional, a Teoria Comportamental baseou-se no comportamento individual das pessoas, sendo o tema “motivação humana” o mais importante desta teoria.

· Vimos na TRH que o homem é dotado de necessidades complexas e diferentes.

· Os autores Behavioristas verificaram que os Administradores precisavam conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento humano e utilizar a motivação humana como poderoso meio para melhorar a qualidade de vida dentro das organizações.

A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW

· As necessidades humanas apresentadas por Maslow através da Teoria da Motivação tomam formas e expressões que variam expressivamente de pessoa para pessoa.

· A intensidade ou manifestação também varia, obedecendo sempre às diferenças individuais entre os indivíduos.

· A Teoria de Maslow pressupõe os seguintes aspectos:

1. quando uma necessidade de nível mais baixo é atendida, ela deixa de ser motivadora de comportamento, dando oportunidade para que um nível mais elevado possa desenvolver;

2. nem todos chegam ao topo da pirâmide. Alguns chegam a preocupar fortemente com necessidades de auto realização. Enquanto muitos outros ficam preocupados exclusivamente com as necessidades de segurança e fisiológica;

3. quando as necessidades mais baixas estão satisfeitas, as necessidades nos níveis mais elevados começam a dominar o comportamento. Mas, quando alguma necessidade de nível mais baixo deixa de ser satisfeita, ela volta a predominar o comportamento;

4. cada pessoa possui mais de uma motivação. Todos os níveis atuam conjuntamente no organismo, dominando as necessidades mais elevadas sobre as mais baixas, desde que estas estejam suficientemente satisfeitas ou atendidas. Toda necessidade está intimamente relacionada com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Seu efeito sobre o organismo é sempre global e conjunto e nunca isolado;

5. qualquer comportamento motivado é como um canal pelo qual muitas necessidades fundamentais podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente;

6. qualquer frustração ou possibilidade de frustração da satisfação de certas necessidades passa a ser considerada ameaça psicológica. Essa ameaça é que produz as reações gerais de emergência no comportamento humano.

TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG

· Fatores higiênicos: chamados também de extrínsecos, pois se localizam no ambiente que rodeia as pessoas.

· Fatores motivacionais: ou intrínsecos, pois estão relacionados com o conteúdo do cargo.

ESTILO DE ADMINISTRAÇÃO

· A Teoria comportamental demonstra vários estilos de administração que estão disponíveis ao Administrador.

· Os estilos de gerenciar dependem das convicções que o gestor têm a respeito do comportamento humano dentro da organização.

TEORIA X E TEORIA Y

· MacGregor demonstrou dois estilos opostos e antagônicos de administrar: tradicional e moderno.

· Tradicional: excessivamente mecanicista e pragmático.

· Moderno: baseado nas concepções avançadas a respeito do comportamento humano.

TEORIA X

· É a concepção tradicional de administração.

· Baseia-se em concepções de que o homem é:
Ø indolente e preguiçoso
Ø falta ao indivíduo ambição
Ø os objetivos das pessoas são pessoais e opõem-se ao das organizações
Ø pela natureza no homem, ele é resistente às mudanças, pois procura sua segurança e não corre risco
Ø por ser dependente, é incapaz de autocontrole e autodisciplina

· Em função dessas características o estilo da administração deve ser duro, rígido ou autocrático.

· As pessoas passam a ser meios de recursos ou de produção.

· A administração, segundo a Teoria X, caracteriza-se pelos seguintes aspectos:
Ø é responsável pela organização dos recursos da empresa no interesse exclusivo de seus objetivos econômicos
Ø deve dirigir esforços das pessoas, incentivá-las, controlar suas ações e modificar seu comportamento para atender às necessidades da empresa
Ø sem essa intervenção, as pessoas seriam totalmente passivas com relação às necessidades da empresa ou resistiriam a elas.
Ø como o indivíduo, primariamente, são motivados por valores monetários, a empresa deve usar o salário como um meio de recompensa ou de punição.

· Em função dessas características o estilo da administração deve ser duro, rígido ou autocrático.

· A Teoria X representa o bitolamento da iniciativa individual, o empecilho à criação e o estreitamento das ações profissionais através do método preestabelecido e da rotina de trabalho.

· A gestão baseada na Teoria X leva os indivíduos a fazerem exatamente aquilo que a organização pretende, sem ouvir opiniões ou perceber objetivos pessoais.

· Toda vez que um Administrador impor de forma arbitrária e de cima para baixo em esquema de trabalho e passe a controlar o comportamento de seus subordinados, ele estará fazendo a Teoria X.

· Impor autocriticamente ou suavemente não faz diferença, ambas são formas de fazer a Teoria X.

· Neste sentido, a própria Teoria das Relações Humanas, também é uma forma suave, macia e enganosa de se praticar a Teoria X.

· As condições impostas pela Teoria X, nestes últimos 50 anos, condicionaram as pessoas a tarefas superespecializadas e bitoladas, amarrando-as empregos limitados e mecanizados por métodos e processos de trabalho rígidos e mecanísticos, que não utilizam todas as capacidades das pessoas, desencorajam a iniciativa e a aceitação de responsabilidades, desenvolvem a passividade e tiram todo o significado psicológico do trabalho.

· Enfim, ao longo do período de predomínio da Teoria X, as pessoas acostumaram-se a ser dirigidas, controladas e manipuladas pelas empresas e a encontrar fora do trabalho as satisfações para as suas necessidades pessoais de auto-realização.

TEORIA Y

· Baseia-se nas concepções e princípios modernos e sem preconceitos a respeito da natureza humana:
Ø o homem médio não tem desprazer inerente em trabalhar.
Ø as pessoas não são, por sua natureza intrínsecas, passivas ou resistentes às necessidades da empresa
Ø as pessoas têm motivação básica, potencial de desenvolvimento, padrões de comportamento adequados e capacidade para assumir responsabilidades.
Ø o homem médio aprende sob certas condições não a aceitar, mas também a procurar responsabilidade.
Ø a capacidade de alto grau de imaginação e de criatividade na solução de problemas empresariais é amplamente – e não escassamente – distribuída entre as pessoas.

· A Teoria Y desenvolve um estilo de gestão muito aberto e dinâmico, democrático através do qual o Administrador pode criar oportunidades, liberar potenciais, remover obstáculos e encorajar o desenvolvimento individual.

· A Teoria Y caracteriza-se pelos seguintes aspectos:
Ø motivação, potencial, responsabilidade e o alcance das empresas, todos estes fatores, estão presentes nas pessoas.
Ø esses fatores não são criados nas pessoas pela administração, mas estas são responsáveis por proporcionar condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam, por si própria, esta característica.
Ø a meta da administração é criar condições e formas para que o indivíduo possa atingir melhor os objetivos pessoais, dirigindo seus próprios esforços em direção aos objetivos da empresa.

· Para MacGregor, baseado na Teoria Y, as empresas devem dirigir as pessoas com medidas inovadoras e humanísticas, dentre elas destacam-se:
Ø descentralizar as decisões e delegar as responsabilidades
Ø ampliar cargos para maior significado do trabalho
Ø os indivíduos devem participar das decisões e administrar de forma consultiva
Ø avaliar através da auto-avaliação do desempenho



Aula extraída do capítulo 13 – Introdução à Teoria Geral da Administração - Chiavenato.

22 de setembro de 2008

Exercicios da aula de ECONOMIA/PARTE-1

Faculdade Fabrai
Disciplina: Economia
Professor: Christiano Alves Farias


Exercícios de Revisão


Unidade I - Introdução Geral e Conceitos Fundamentais


1) A curva de possibilidade de produção é utilizada nos manuais de economia para ilustrar um dos problemas fundamentais do sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados (escassez) e não podem satisfazer todas as necessidades ou desejos, por outro é necessário realizar escolhas. Essa curva, quando construída para dois bens, mostra:

a) os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens.
b) a quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total de mão-de-obra.
c) a quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos indivíduos dessa sociedade.
d) quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e com determinada tecnologia.
e) a impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade visto que os recursos são escassos.

2) No gráfico abaixo, a Curva de Possibilidade de Produção de uma economia é representada pela linha cheia ligando os pontos A e B.

Bem Y
Bem X
A
B C
O deslocamento da curva para a posição ocupada pela linha tracejada que liga os pontos A e C é compatível com a causa seguinte:

a) Progresso tecnológico aplicável à produção de cada um dos dois bens, mantidas constantes as dotações dos demais recursos produtivos.
b) Redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem Y, mantida constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y.
c) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem Y, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y.
d) Redução da dotação de um dos recursos aplicáveis à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y.
e) Progresso tecnológico aplicável exclusivamente à produção do bem X, mantidas constantes as dotações dos demais recursos aplicáveis à produção dos bens X e Y.

3) Assinale cada uma das questões como Falsa (F) ou Verdadeira (V), justificando as que julgar erradas.

(__) A) O custo de oportunidade é simplesmente a contabilização dos gastos na produção de um determinado bem ou serviço
(__) B) Os fatores de produção podem ser classificados em mão-de-obra, terra e capital. Terra representa os elementos da natureza em que sua incorporação ao processo produtivo é viável. Mão-de-obra refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos indivíduos que fazem parte da população economicamente ativa. Capital é composto pelos edifícios, máquinas, equipamentos e a existência de meios elaborados utilizados no processo produtivo.
(__) C) O problema econômico fundamental é distribuir a riqueza da sociedade de maneira justa entre as pessoas, por isso, economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como a sociedade decide empregar seus recursos abundantes de forma eqüitativa.
(__) D) Os preços e as quantidades demandadas, ceteris paribus, variam na mesma direção: quanto mais altos aqueles forem, maiores estas serão.

4) Aponte a afirmativa falsa:

a) Recursos produtivos, bens e serviços são ditos econômicos quando são relativamente escassos.
b) O conjunto dos elementos da natureza não necessariamente se identifica como recursos naturais.
c) Empresas que se dedicam unicamente ao transporte de mercadorias são unidades produtivas do setor terciário da economia.
d) Automóveis podem ser bens de consumo durável ou bens de produção.
e) Nos Estados Unidos a maior parte dos os habitantes não problemas de escassez de produtos ou recursos, logo o problema econômico básico não se aplica a esse país.

5) A população economicamente ativa de uma economia é o total das pessoas

a) em condições de trabalhar e que demandam serviços do fator trabalho no mercado de fatores.
b) em idade de trabalhar e que ofertam serviços do fator trabalho no mercado de fatores, estejam ou não empregadas.
c) em idade de trabalhar, que ofertam força de trabalho no mercado de fatores e estão efetivamente empregadas.
d) em idade de trabalhar, que demandam força de trabalho no mercado de fatores e estão efetivamente empregadas.



Unidade II - Introdução à Microeconomia: Oferta, Demanda e Estruturas de Mercado

6) INSTITUTO RIO BRANCO [2003 – nº 27] - Considerando os conceitos básicos da análise econômica, julgue se a afirmativa é certa ou errada. “O pacote recente do governo brasileiro, que injetou crédito de R$ 400 milhões para a compra de eletrodomésticos, deslocará a curva de demanda de eletroeletrônicos para cima e para a direita, e a curva de oferta desses bens, para baixo e para a esquerda”.

7) PROVÃO [2000 – nº 3] - Suponha três bens normais: X, Y e Z. Os bens X e Y são substitutos, enquanto os bens Y e Z são complementares. Considerando tudo o mais constante, um aumento do preço de X provocará redução na quantidade transacionada de:
A) X e também redução na de Y.
B) X e também redução na de Z.
C) X e aumento na de Z.
D) Y e aumento na de X.
E) Y e aumento na de Z.

8) Quais dos seguintes pares são incompatíveis?

a) perfeita competição – muitos vendedores.
b) monopsônio – um único comprador
c) monopólio – um único vendedor de um bem com substitutos próximos.
d) oligopólio – poucas firmas vendendo produtos que são substitutos próximos.
e) concorrência monopolística – produtos diferenciados.

9) Com respeito a oferta e demanda, faça as questões a seguir:
a) Desenhe uma curva de oferta e demanda para um determinado bem.
b) Cite dois fatores que podem deslocar a curva oferta e dois que podem deslocar a curva de demanda. Represente graficamente.
c) Suponha que estando o mercado em equilíbrio a curva de demanda se desloque para direita, aumentando preço e quantidade de equilíbrio. Que medida o Governo poderia adotar para fazer com que os preços voltem para o nível inicial?

18 de setembro de 2008

Resenha do livro "O que é leitura" Obrigada colega joyce!

Resenha do livro "O que é leitura"
Martins, Maria Helena. O que é leitura. In: Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1994, pág. 7 a 93.
A leitura se faz de várias maneiras. A primeira leitura que executamos é a da primeira infância, que está representada pelo tato, olfato, audição e visão. Esta leitura é natural, mas não deixa de ser exigente e complexa, pois exige interpretação.
Para ler bem é necessário o ato de ler sozinho associado à leitura através dos olhos de outros, é necessário também viver, sofrer, enfim, experimentar. A leitura é prejudicada pela carência de convívio humano e pela pobreza material e cultural. Estas são as principais causas de uma pessoa desfavorecida não fixar um conteúdo de uma leitura. A pessoa carente não possui um leque de interesses amplo. A memória exige interesse para fixar-se e pode ser prejudicada também por um mecanismo de defesa da pessoa, pois ler significa transformar, enfrentar, e estas ações podem causar frustrações maiores que a de não poder ler através dos signos lingüísticos.
Ler não é somente um ato mecânico de passar os olhos sobre as letras. Ler exige uma leitura anterior, que é a leitura de mundo (experiências vividas ou vistas), ou seja, bagagem. A boa leitura é aquela que decodificando um texto associa-o às experiências de vida, que produzem intertextualidade, ligações entre mundos, obtendo-se ferramentas para modificar a realidade. A boa leitura causa prazer e otimismo, pois gera poder de ruptura. A leitura está intimamente ligada à decodificação da escrita, embora não seja apenas isso.
Antigamente, saber ler escrever, entre os romanos, significava inserir-se na sociedade. Saber ler era privilégio da minoria. O método utilizado para aprender a ler e escrever era bastante rígido. Apelava-se para o “decoreba” do alfabeto, depois a pessoa o soletrava, e logo em seguida decodificava palavras isoladas até fazer isso com textos maiores. Mesmo depois de tantos anos, as coisas atualmente não estão muito diferentes.
As práticas de decorebas e métodos ultrapassados continuam sendo usados por muitos educadores. A prática mecânica continua bastante vigente. Muitas pessoas se contentam em apenas saber decodificar as palavras, não se importando em interpretar também o mundo. Talvez, seja daí que tenha surgido a mistificação do hábito de ler. Somente a minoria que é eficientemente letrada cabe o direito de dar sentido ao mundo, enquanto que ao restante resta a submissão aos que “sabem de todas as coisas”. Sendo assim, a “cultura do silêncio” tende a permanecer. Se for o educador aquele que sabe, e os educandos aqueles que nada sabem, cabe ao educador transmitir o seu saber aos segundos. Em busca de prováveis soluções para esses problemas, muitos educadores passaram a proclamar a necessidade da constituição do hábito de ler.
A leitura, já que é mais do que apenas decodificar palavras, passa a ser uma ponta para um eficiente processo educacional. Mas existe uma “crise da leitura”, que é um grande entrave. Essa crise é proveniente da não leitura de livros, já que a maioria das crianças não tem o hábito de ler livros freqüentemente. O Brasil deixa muito a desejar quanto à publicação de material impresso. Quanto às bibliotecas, o mesmo. Mas esse cenário tem mudado ultimamente, a oferta vem aumentando, e o volume de exemplares cresce a cada dia, embora a crise seja um pouco mais complexa. O ato de ler também envolve os sentidos, as emoções e a razão. Existem três níveis de leitura, que são a sensorial, a racional e a emocional. Cada uma corresponde a um modo de aproximação ao objeto lido. A leitura racional alimenta o caráter reflexivo e dialético e complementa a leitura sensorial e emocional fazendo com que haja uma ponte entre o leitor e o conhecimento. Na leitura emocional, o leitor é envolvido pelos sentimentos despertados pelo texto, sua atitude tende ao irracional. A leitura sensorial é a primeira etapa da leitura, é o contato visual, tátil com o texto. Não se deve supor a existência isolada de cada um desses níveis. É muito difícil realizar uma leitura apenas sensorial, emocional ou racional, pelo fato de ser próprio da condição humana relacionar sensação, emoção e razão, tanto na tentativa de se expressar como na busca de sentido, compreender a si próprio e o mundo. Tão importante quanto à leitura é a releitura que traz muitos benefícios e oferece subsídios consideráveis, principalmente a nível racional. Ela nos encaminha para uma outra percepção de detalhes para uma melhor compreensão.
http://tuxdaengenharia.blogspot.com/2006/04/resenha-do-livro-o-que-leitura.html


O que é leitura - aula 01
O que é leitura???
O ato de ler geralmente é relacionado com a escrita, e o leitor visto como decodificador da letra.
Mas é só isso? Basta decifrar palavras para acontecer a leitura?
Como explicar expressões de uso corrente como, por exemplo, “fazer a leitura” de um gesto? Ler a mão?
Se alguém na rua me dá um encontrão… minha reação é uma leitura ou não?
Mais uma pergunta: a leitura é única? Sempre será igual? Toda vez que ler alguma coisa vou interpretar sempre do mesmo jeito?
* Todo ato será lido sempre da mesma forma?
Com o tempo as coisas não fazem sentido diferente para nós? Passamos a enxergar sob um novo ângulo…
Com o tempo se descobre o sentido, um novo modo de ver a mesma coisa… É quase como se fosse uma revelação.
Com freqüência nos contentamos, por economia ou preguiça, em ler superficialmente, “passar os olhos”, como se diz.
Não acrescentamos ao ato de ler algo mais de nós além do gesto mecânico de decifrar os sinais.
Interessante é que geralmente reagimos assim ao que não nos interessa no momento – um discurso político, uma conversa, uma aula expositiva, um quadro, um livro uma música…
A tendência natural é ignorar, rejeitar como nada tendo a ver com a gente.
O problema é que quando não lemos, não o compreendemos, torna-se impossível dar um sentido aquilo… porque diz muito pouco – ou nada – para nós.

COMO E QUANDO COMEÇAMOS A LER
Desde os nossos primeiros contatos com o mundo – tão logo nascemos – começamos a ler. Como isso acontece?
É neste contato com o mundo externo que começamos a compreender, a dar sentido ao que e a quem nos cerca. Esses são também os primeiros passamos para aprender a ler.
Para entender melhor essa idéia, Paulo Freire diz o seguinte: “ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se de educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”.
Na prática, ninguém ensina ninguém a ler; o aprendizado é solitário – embora se desencadeie e se desenvolva na convivência com o mundo.
Isso quer dizer que, mesmo precisando dos professores, temos condições de fazer uma série de coisas sozinhos.
Na prática, aprendemos a ler lendo. Maria Helena Martins diz que “vivendo” – ou seja, depende do quê lê – do que experimenta na relação com o mundo.
Aprendizado do Tarzan…
Aprendizado de Jean Paul Sarte…
Embora o aprendizado, o desenvolvimento da capacidade de leitura possa ser algo mais complexo, ambas experiências evidenciam a curiosidade se transformando em necessidade e esforço para alimentar o imaginário. Ou seja, a necessidade de desvendar os segredos do mundo e dar a conhecer o leitor a si mesmo através do que lê e como lê.
Muito da nossa capacidade de leitura se dá pela motivação em ler. O que quero dizer com isso?
* Algo muito simples: quando começamos a organizar os conhecimentos adquiridos, a partir das situações reais, coisas que a realidade nos impõe, procuramos estabelecer conexão com as experiências e a tentar resolver os problemas apresentados.
O ato de ler e escrever têm sido valorizados. Entretanto, muitas vezes têm se transformado num instrumento de poder pelos dominadores – mas também pode vir a ser a liberação dos dominados.
Muitos não querem desenvolver a capacidade de uma leitura crítica, racional. Preferem o comodismo. Acham melhor não entender, por isso significa uma ruptura com a passividade – talvez por lhe causar maiores frustrações em face da realidade.
O problema é que o não querer ler vem ao encontro dos interesses das minorias dominantes.
Ampliando a noção de leitura - 02
Como vimos, o conceito de leitura está geralmente ligado à decifração da escrita – ler e escrever.
Mas é muito mais que isso… está ligado ao processo de formação do indivíduo, à sua capacidade para o convívio e atuações social, política, econômica e cultural.
Já, no passado, entre os gregos e romanos era assim.
Ler e escrever, ligado a idéia de homens livres… estar integrado efetivamente à sociedade – à classe dos homens efetivamente livres.
O problema é que, semelhante ao passado, ainda hoje ler e escrever não é privilégio de todos.
Porém, capacidade de leitura vai muito além da decifração dos signos… fato nem sempre compreendido por muitos educadores.
Tem-se a pedagogia do sacrifício, já que não se sabe colocar o porquê, como, para quê… As pessoas não sabem a verdadeira função da leitura.
Também é sabido que uma vez alfabetizada, a maioria das pessoas, limita-se à leitura com fins específicos (profissionais, etc.).
Ignora-se que ler significa inteirar-se do mundo – uma forma de conquistar autonomia, de deixar de “ler pelos olhos dos outros”.
Sem investir na leitura, permite-se assim que o mundo seja visto pelos olhos dos outros (dominação).
Cabe a minoria dar sentido ao mundo.
A libertação do ser humano passa pela sua capacidade de leitura (e não apenas da leitura de textos).
Nosso tempo é o da cultura de massa – isso implica em manipulação e consumo.
Fala-se muito hoje em crise da leitura. Mas que crise?
Essa idéia nasce nos bancos escolares… contato com livros, geralmente, dados nos manuais escolares…
Textos condensados da escola… nem sempre cultivam o hábito de ler… geralmente alimentam mais a ignorância, inibem mais do que incentivam o gosto de ler.
Há um receio do diálogo franco e crítico entre o professor e aluno… bloqueando oportunidades raras de leituras efetivas.
É verdade que falta acesso a livros… (bibliotecas, livros caros, salários baixos, qualidade questionável).
Hoje, isso não é uma verdade… Há livros.
Por isso, a questão é mais ampla. Volta-se à instituição escolar. E vem ainda dos jesuítas… formação livresca, defasada em relação à realidade…
Temos uma elitização da cultura… Um interesse vivo de manter o conhecimento restrito a apenas alguns…
Por isso, cabe ao indivíduo romper com essa prática.
Do contrário, crianças e jovens vão envelhecer sem a chance de crescer.
Observação: Contra-senso insistir na leitura, restringindo-a aos livros.
A verdadeira leitura deve propiciar descobertas… formação da consciência. Ampliar a noção da leitura é ampliar a visão de mundo e da cultura (as noções que se têm geralmente ligadas às noções impostas pelas instituições).
Precisamos compreender e valorizar melhor cada passo do aprendizado das coisas…
A verdadeira leitura só tem sentido quando as relações humanas são compreendidas e pode-se transferir o que está sendo lido a essas relações.
Portanto, leitura não é mera decodificação (embora seja necessário decodificar o código-signo).
Leitura é um processo dinâmico de compreensão, e passa por componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos… culturais, econômicos.
Leitura é decodificação e compreensão. O que seria decodificar? O que seria compreender?
Não é só a capacidade de decifrar sinais, mas principalmente dar sentido a eles.
Decodificar sem compreender é inútil – e o inverso também é verdadeiro.
A leitura começa antes do texto e vai além dele… leitor tem um papel atuante.
Leitura se dá a partir do diálogo do leitor com o objeto lido… mas considerar a leitura apenas como resultado dessa interação seria reduzi-la consideravelmente.
Por isso, aprender a ler significa também ler o mundo… é dar sentido ao mundo e também a nós.
Os sentidos, as emoções e a razão - 03
O propósito é compreender a leitura… não é dar uma receita ou chegar a conceituações.
O leitor pouco se detém no funcionamento do ato de ler, na intricada trama de inter-relações que se estabelecem.
Há três níveis de leitura… sensorial, emocional e racional.
Esses três níveis são inter-relacionados – mesmo um nível ou outro sendo privilegiado.
Como dissemos, cada pessoa reage a um estímulo de seu próprio modo; irá ler a seu modo.
(Exemplo: você vai ao shopping. Como você age? Há produtos que encantam… ignoram…)
Com a leitura acontece a mesma coisa. Por isso, a leitura tem mais sutilezas e mistérios do que a simples decodificação das palavras escritas. Tem também um lado de simplicidade que os letrados não se preocupam em revelar.
SENSORIAL – relaciona-se diretamente com os nossos sentidos (a visão, o tato, a audição, o olfato e o gosto/paladar).
Representa as nossas respostas imediatas às exigências e ofertas que esse mundo apresenta.
Relaciona-se com as nossas primeiras escolhas e motiva as primeiras revelações. Por isso mesmo, marcantes.
É através dessa leitura que vamos nos revelando para nós mesmos. (Descoberta das coisas agradáveis; rejeição das desagradáveis).
Ela vai dando a conhecer o leitor do que ele gosta e do que não gosta… mesmo inconscientemente e sem a necessidade de racionalizações.
Leitura sensorial começa muito cedo e nos acompanha por toda a vida.
Na criança, essa leitura, através dos sentidos, apresenta/revela um prazer singular (maior que a do adulto) e curiosidade (mais espontânea).
Vejamos, por exemplo, a relação de uma criança com um livro. Como se dá a leitura sensorial?
Antes de ser um texto escrito, um livro é um objeto. Tem forma, cor, textura…
Esse jogo com o universo escondido do livro vai estimular na criança o aprimoramento e o desenvolvimento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação e reação ao mundo.
Já os adultos tendem a uma postura mais inibida – em relação ao livro e também outros objetos passíveis de leitura.
Isto acontece até em função do culto ao livro… status adquirido.
Interessante é que, mesmo com o advento de outras formas de comunicação (rádio, tevê, Internet, etc.), o culto ao livro foi acentuado.
Esse raciocínio alimentado por letrados e intelectuais ajuda a sustentar o culto à letra e aos livros.
Isto ocorre porque ajuda a manter o sistema de dominação. Explicando… os possuidores da palavra escrita possuem uma aura mística / leva os demais à submissão.
Exemplo: censura por parte dos governos; no passado, censura da igreja, etc.
Voltando à questão do nível sensorial, por conta da importância que tem os nossos sentidos para a atração ou rejeição ao livro, a aparência de um livro é fundamental (impressiona bem ou mal – inclusive, a diagramação).
Racionalistas dirão: o importante é o que está escrito.
É verdade, mas num primeiro momento o que conta é a nossa resposta física aos sentidos – a impressão de nossos sentidos sobre aquilo que nos cerca.
Só que aquela primeira impressão passa. O que era bonito fica feio… Assim, quando uma leitura nos faz ficar alegres ou deprimidos, desperta a curiosidade, estimula a fantasia, provoca lembranças, etc., estamos entrando noutra área. Significa que deixamos de ler com os sentidos para ler também no nível emocional.
EMOCIONAL – a leitura emocional também tem seu teor de inferioridade… implica falta de objetividade, subjetivismo.
No terreno das emoções, as coisas ficam ininteligíveis.
Possuem relação direta com o nosso inconsciente.
A leitura emocional tem aspectos curiosos. Por exemplo, certas coisas têm o poder de libertar nossas emoções; levam-nos a outros tempos e lugares. (Lugares, cheiros, músicas… provocam lembranças, sentimentos…)
Diante disso, muitas vezes, quando nos percebemos dominados pelos sentimentos, nossa reação tende a ser negá-los (Freud explica como mecanismo de defesa).
Por tudo isso, tentamos escamotear ou justificar uma leitura emocional. Mas por que negar?
Por um lado, não queremos parecer comuns (queremos parecer donos de nossos sentimentos… conduta pré-fabricada…. queremos apresentar personalidade); por outro, somos intolerantes a manifestações que fogem aquilo que chamamos de reação equilibrada.
Ocorre também lembranças mais prosaicas, desagradáveis. Leitura para uma prova, por exemplo. Se for algo que não nos agradou, pode sempre remeter-nos à lembranças desagradáveis.
Isso também pode acontecer em relação a pessoas, lugares…?
No nível emocional, é preciso pensar a leitura como algo que provoca – ou não – empatia (participação afetiva – às vezes, até nos sentimos na pele do personagem).
Neste contexto, é preciso pensar o texto não mais como algo que o leitor sente, mas como algo que acontece com o leitor – o que ele faz, provoca em nós.
Às vezes, temos uma semiconsciência de estarmos lendo algo medíocre, mas gostamos; outras, algo importante, mas nos desagrada. Temos uma ligação inexplicável, irracional com o objeto de leitura.
Há explicações para isso. Geralmente tem a ver com a formação e o condicionamento ideológico.
Essas aparentes predileções ou rejeições são explicadas pelo universo social e individual de cada um.
Há também os aspectos projetivos. O leitor sente-se atraído pelo objeto lido por se assemelhar à imagem que o leitor faz de si… ou o contrário, quando sente-se atraído pelo oposto.
Mesmo quando começa a ter uma leitura consciente, em alguns momentos, há recaídas. Isto se explica por causa da criança que ainda está dentro de nós… ela se emerge e possibilita essas recaídas.
E quanto às fotonovelas, mundo-cão? Há todo um processo de identificação com o público. Geralmente ligado às frustrações e angústias de cada leitor.
(Processo catártico – se há agruras na vida, há outros piores que eu. Por outro lado, há aqueles que alimentam a ilusão de tirar “o pé da lama”).
Exemplo: investigação de leituras de operárias na cidade de São Paulo (revistas sentimentais). Resultado: busca de uma compensação.
Este nível de leitura é bastante interessante do ponto de vista investigativo, porque possibilita a identificação do universo social e do inconsciente individual.
Também se trata de uma leitura de passatempo, já que representa uma leitura de evasão. Onde o leitor permite-se desligar das circunstâncias concretas e imediatas.
Esta a razão pela qual não se pode simplesmente imputar à leitura emocional a característica de alienante.
Este é um modo encontrado para extravasar emoções, satisfazer curiosidades e alimentar as fantasias (às vezes, válvula de escape).
Importante é entender que tudo que lemos e a forma que lemos é resultado de nossa visão de mundo.
Problema: sempre há uma intencionalidade na criação. Permitir-se a leitura passiva, deixar-se envolver pela ideologia expressa são alguns problemas da leitura emocional.
Por fim, importa considerar o quanto em geral reprimimos e desconsideramos a leitura emocional, muito em função de uma pretensa atitude intelectual.
É comum as pessoas se deixarem envolver emocionalmente – isso só, não é bom.
A convivência social, cultural e política nos ajuda a caminhar para um outro tipo de leitura – a racional.
Leitura racional - 04
Leitura racional – para muitos só agora estaríamos no âmbito do status letrado, próprio da verdadeira capacidade de produzir e apreciar a linguagem, em especial a artística.
Enfim, leitura é coisa séria, dizem os intelectuais.
Para muitos, relacionar a leitura às nossas experiências sensoriais e emocionais é reduzir a leitura, revela ignorância.
Essa a postura intelectualizada e dominante – mantida por uma elite.
Obviamente, faz-se necessário distinguir essa idéia de intelectuais que estamos utilizando em nossa aula.
Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura à noção do texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura e erudição do leitor.
Nós estamos vendo a leitura como um processo de compreensão abrangente, no qual o leitor participa com todas as suas capacidade a fim de apreender as mais diversas formas de expressão.
Nossa proposta é observar a competência para criar ou ler tanto por meio de textos escritos quanto de expressão oral, música, artes plásticas, artes dramáticas, realidades cotidianas etc.
Também não estamos restringindo a leitura a atos de caráter científico, artístico… enfim, eruditos.
Então, a leitura racional é intelectual quando elaborada por nosso intelecto – estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialético.
Ou seja, ao mesmo tempo que o leitor sai de si, em busca da realidade do texto lido, sua percepção implica uma volta à sua experiência pessoal e uma visão da própria história do texto, estabelecendo um diálogo entre o texto e o leitor com o contexto no qual a leitura se realiza.
Isso implica dizer que os demais níveis de leitura são válidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento.
A leitura racional implica em reflexão, em atribuir significado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo das relações sociais.
A autora Maria Helena Martins cita um exemplo da professora Marilena Chauí que ajuda a compreender essa questão. Exemplo: estatueta de barro nordestina representando uma fábrica de farinha de mandioca.
(faxineira – a estatueta era para ela a reprodução de algo concreto e memória. Ela contemplava a estatueta, mas sua contemplação e a da professora Marilena nada tinham em comum).
(havia uma obra e dois destinatários – uma via a obra e o outro nada via).
Não significa necessariamente que haja uma leitura verdadeira e a outra errada.O episódio e sua reflexão exemplificam o quanto significam para a leitura a história, a memória do leitor e as circunstâncias do ato de ler.
O relato ainda coloca por terra a ilusão de que só os intelectuais têm condições de assimilar certas formas de expressão, especialmente a estética.
Freqüentemente confunde-se a leitura racional com a investigação de um texto, com o exame de sua estrutura interna enquanto sistema de relações que o compõem…
Esse tipo de leitura, sem conectar o texto com o mundo e com as experiências do leitor, elimina a dinâmica da relação leitor-texto-contexto, limitando consideravelmente a compreensão maior do objeto lido.
A leitura racional difere das outras formas de leitura porque, por exemplo, diferente da leitura sensorial, permite conhecer o texto sem apenas senti-lo.
Já na leitura emocional, o leitor se deixa envolver pelos sentimentos que o texto desperta.
Na leitura racional o leitor visa mais o texto, tem em mira a indagação; quer mais compreendê-lo, dialogar com ele.
A leitura racional é algo exigente, pois implica no desprendimento do leitor, em vontade de aprender, num processo de criação.
Essa leitura requer um esforço especial; não pode simplesmente querer se apropriar do texto ou aceitá-lo passivamente.
A leitura racional é estabelecida a partir da quantidade de leituras feitas ao longo da vida.
Por exemplo, quem leu um único romance, pode ter opinião sobre literatura de ficção. Mas não tem parâmetro para julgar se é um bom livro.
Portanto, ao se ampliares as fronteiras do conhecimento, as exigências, as necessidades e interesses também aumentam… As possibilidades de leitura de qualquer texto multiplicam-se.
O intercâmbio de experiências de leituras desmistifica a escrita, o livro, levando-nos a compreendê-los e apreciá-los de modo mais natural… tornando-nos leitores efetivos nas inúmeras mensagens do universo em que vivemos.
A leitura racional é feita a partir do preparo do leitor e também das pistas deixadas pelo texto.
Todo texto conta alguma coisa… nada é gratuito; tudo tem sentido – é fruto de uma intenção consciente ou inconsciente.
A leitura racional se dá a partir do reconhecimento dos indícios textuais.
Aprendemos a ler esses indícios à medida que nossas experiências de leitura se sucedem… começamos a perceber como são construídos… a intenção do autor…
No entanto, mesmo sabendo como e porque são armados os indícios não quer dizer que o texto se torne transparente para nós (sempre haverá ambigüidades…).
A INTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE LEITURA
Não há uma hierarquia entre os níveis de leitura. Entretanto, a tendência é de que a leitura sensorial anteceda a emocional e tenhamos, por fim, a leitura racional.
Também não se deve supor a existência isolada de cada um desses níveis.
Curioso é que mesmo que o leitor esteja se propondo uma leitura a um certo nível, é a dinâmica de sua relação com o texto que vai determinar o nível predominante.
Salientamos que, há tantas leituras quantos são os leitores – há também uma nova leitura a cada aproximação do leitor com um mesmo texto (ainda quando mínimas as suas variações).
A LEITURA AO JEITO DE CADA LEITOR
Para se efetivar, a leitura precisa preencher uma lacuna em nossa vida, vir ao encontro de uma necessidade (vontade de conhecer mais).
A isso se acrescentam os estímulos e os percalços do mundo exterior, suas exigências e recompensas.
Concluindo, a leitura mais cedo ou mais tarde sempre acontece, desde que se queira realmente ler.

http://fundamentos2007.wordpress.com/2007/06/12/o-que-e-leitura-aula-01/











Resenha do livro "O Que é Leitura" (Maria Helena Martins)

Leitura é a fonte do conhecimento e sabedoria. No qual o leitor se torna informado dos acontecimentos.Ler é uma das competências mais importantes. Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
Num texto existem vários níveis de leitura. Sensorial que é a forma de transmitir um aspecto de sensação, despertando assim o interesse do leitor; a emocional que tem como objetivo emocionar o leitor, fazendo envolver-se nos sentimentos, sofrimentos e alegrias e a racional que tem a finalidade de levar o leitor a fazer uma proposta crítica do texto.
Verdade é que ninguém ensina a ninguém a ler. Este processo desenvolve conforme o esforço de cada um. A falta da leitura trás frustrações e dependência de outro ser humano. Percebemos que o conceito de leitura é muito amplo e complexo. Para entender o conceito de leitura, não basta somente procurar no dicionário o significado da palavra, pois ler envolve uma série de práticas e experiências. Portanto faz-se necessário considerar diversos aspectos, tais como: a idade do leitor, suas necessidades de leitura, seus gestos, sua habilidade, maneira de ler, instrumentos, apropriação e processos de interpretação, enfim, ler é considerar aquilo que envolve o, mundo do leitor.
Em síntese, os conceitos de leitura são muitos e variam conforme as perspectivas teóricas e seus campos de atuação. Portanto para aqueles que consideram a leitura como ato de decodificar sinais gráficos, ou seja, um ato mecânico, a leitura poderá se tornar uma prática sem vida e sem alma, mas se, em vez disso, considerar como leitura suas experiências e vivências, a leitura se tornará uma prática muito mais ampla e viva, na qual o pulsar das informações baterá no mesmo ritmo das emoções.
A leitura é uma atividade extremamente importante para o homem civilizado. Ela pode atender a finalidade diferentes; sendo um precioso meio para uma grande fonte de informações. Ela é uma atividade básica na formação cultural da pessoa. Além disso, é uma excelente atividade de lazer.
Ler é benéfico a saúde mental, pois é uma atividade Neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto.
Ler é essencial. Através da leitura, testamos os nossos próprios valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro ficamos, enriquecidas com novas experiências, novas idéias, novas pessoas. Eventualmente, ficaremos a conhecer melhor o mundo e um pouco melhor de nós próprios.
Ler é estimulante. Tal como as pessoas, os livros podem ser intrigantes, melancólicos, assustadores, e por vezes, complicados. Os livros partilham sentimentos e pensamentos, feitios e interesses. Os livros colocam-nos em outros tempos, outros lugares, outras culturas. Eles ajudam-nos a sonhar, fazem-nos pensar.
Vivemos num mundo contemporâneo na qual as palavras rascunhadas no papel não tem muito valor. A literatura hoje é recurso dos mais ricos, sendo que os mais pobres, até possuem este recurso, porém não é explorado de forma adequada. Dessa forma, a literatura contemporâneo se transformou num produto de elite, e aqueles que não tem acesso ou simplesmente não tem gosto de ler são deixados de lado.
Portanto, é de suma importância desenvolver em nós uma cultura de leitura, pois só assim seremos aprendizes e formadores de opinião em todo ambiente social e democrático que estivermos.
http://asperolasdaucg.blogspot.com/2006/04/resenha-do-livro-o-que-leitura-maria.html








Entender que o ato de ler


Quando ouvimos falar em leitura, logo vem a cabeça, ler um livro, uma revista, um jornal... Será que leitura só se resume a isto? Precisamos entender que o ato de ler vai muito além de uma simples leitura, necessitamos ter maior clareza ao analisar obras literárias, precisamos perceber realmente o que está escrito, precisamos fazer leituras criticas, e não apenas leitura de palavras, temos que aprender a fazer leitura de situações, sejam elas, políticas, econômicas ou sociais, e não esquecendo da leitura "áudio visual", aquela que esta em sua frente, na sua televisão. Para que possamos buscar o ápice da leitura, necessitamos de qualificação dos trabalhadores da educação, necessitamos de professores comprometidos em ensinar aos alunos, isso desde as séries iniciais, a perceber que a leitura é realmente importante, e não dar brecha ao famoso "decoreba".
Sem querer conceituar ou definir, mas discutir de o porquê da leitura, o livro nos apresenta três níveis de leitura que se relacionam, sem hierarquia, ao mesmo tempo, são eles: sensorial, emocional e racional. O nível sensorial traduz no primeiro contato com o texto ou situação. O nível emocional nos leva a interpretação subjetiva que o nível sensorial nos trouxe, enquanto que o nível racional busca a interpretação correta, a objetividade dentro da situação ou texto em leitura.
A autora nos chama para o novo mundo da leitura, se você não gosta de ler, nunca e tarde para buscar esta arte, até porque, várias pessoas que não gostavam de ler, hoje são escritores.

http://frankboniek.blogspot.com/2008/07/o-que-leitura.html

15 de setembro de 2008

AULA DE TGA 1 NUMERO: 6

.ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO

· No início do século XX, Max Weber, publicou uma extensa bibliografia a respeito das grandes organizações de sua época.

· Aos estudos de Weber deu-se o nome de Burocracia.

· A burocracia surgiu a partir da era vitoriana com conseqüência da necessidade que a organização sentiram de ordem, exatidão e das reivindicações dos indivíduos por tratamento justo e imparcial.

· O modelo burocrático da organização surgiu como uma reação contra a crueldade e nepotismo e contra os julgamentos tendenciosos e parcialistas, típicos das práticas administrativas, desumanas e injustas do início da Revolução Industrial.

MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO

· A falta de uma teoria sólida, abrangente e que servisse de orientação para o trabalho do Administrador, fez com que estudiosos buscassem nas obras de Max Weber a inspiração para uma nova teoria da organização, surgindo assim a Teoria da Burocracia da Administração.

· Origem da Teoria da Burocracia:
Ø a necessidade de um enfoque mais amplo e completo
Ø a necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas
Ø o crescente tamanho e complexidade das empresas, passa a exigir modelos organizacionais mais definidos
Ø o homem pode ser pago para agir e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada exatamente, muito minuciosamente e, em hipótese alguma, permitindo que suas emoções interfiram no seu desempenho.

· A burocracia é uma forma de organização humana e que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos fins pretendidos, garantindo a máxima eficiência no alcance dos objetivos.



· O capitalismo, a burocracia e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade.*

· Weber não considerou a burocracia como um sistema social, mas principalmente com um tipo de poder.

· Para descrever melhor seu pensamento, Weber estuda os tipos de sociedade e autoridade.


TEORIA DA BUROCRACIA
TIPOS DE SOCIEDADE
· Weber aponta três tipos de sociedade:
1ª) sociedade tradicional: predomínio patriarcal e patrimonial, como a família, o clã, a sociedade medieval etc;
2ª) sociedade carismática: predomínio das características místicas, arbitrárias e personalísticas, como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc;
3ª) sociedade legal, racional ou burocrática: domínio das normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos etc;

TIPOS DE AUTORIDADE
· Para cada tipo de sociedade, segundo Weber, haverá um tipo de autoridade.
· Autoridade: é a probabilidade de quem um comando ou ordem específica seja obedecida e ao mesmo tempo representa o poder institucionalizado e oficializado.
· Poder: potencial para exercer influência sobre as outras pessoas e que para Weber, significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra alguma resistência. Portanto, é a possibilidade de imposição de arbítrio por parte de uma pessoa sobre a conduta das outras.
· A autoridade proporciona o poder, ou seja, ter autoridade é ter poder.
· O contrário nem sempre é uma verdade, pois ter poder nem sempre é ter autoridade.
· A autoridade – e o poder dela decorrente – depende da legitimidade, que é a capacidade de justificar seu exercício.
· Legitimidade: é o motivo que explica por que um determinado número de pessoas obedece às ordens de alguém, conferindo-lhe poder. Essa aceitação, essa justificação do poder é que Weber chama de legitimação.
· A autoridade é legítima quando é aceita. Se a autoridade proporciona poder, este conduz à dominação.
· Dominação: a vontade manifesta do dominador (ordem) influencia a conduta dos outros (dominados) de tal maneira que o conteúdo da ordem, por si mesma, é obedecida pelos subordinados.
· A dominação é uma relação de poder na qual o dominador acredita ter o direito de exercer o poder e os dominados consideram como sua obrigação obedecer-lhe as ordens.
· A dominação precisa de um apoio administrativo, quer dizer que existe a necessidade de um pessoal administrativo para executar as ordens e servir como ponto de ligação entre o governo e os governados.
· Para Mouzelis, a legitimação e o aparato administrativo constituem os dois principais critérios para a tipologia weberiana.

AUTORIDADE TRADICIONAL
· É a aceitação das ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas.
· O domínio patriarcal do pai de família, do chefe do clã, os mandamentos do rei representam o tipo mais puro de autoridade tradicional.
· O poder tradicional não é racional, pode ser transmitido por herança e é extremamente conservador.
· Toda mudança social significa um rompimento mais ou menos violento das tradições e que pode ocorrer em certos tipos de empresas familiares mais fechadas.
· A legitimação vem da crença no passado eterno, na justiça e na pertinência da maneira tradicional de agir.
· O líder tradicional é o senhor, que comanda em função de seu status de herdeiro ou sucessor.
· A dominação tradicional – típica da sociedade patriarcal – quando se atinge um grande número de pessoas e um grande território, pode assumir duas formas de aparato administrativo para garantir a sobrevivência:
1ª) forma patrimonial: os funcionários são servidores pessoais do senhor – parentes, favoritos etc. – e são geralmente dependentes economicamente dele;
2ª) forma feudal: apresenta maior grau de autonomia com relação ao senhor, pois são aliados e lhe prestam um juramento de fidelidade. Dispõem de seus próprios domínios administrativos e não dependem tanto do senhor no que diz respeito a remuneração e subsistência.



AUTORIDADE CARISMÁTICA
· As pessoas aceitam as ordens do superior como justificadas, por influência da personalidade e da liderança do superior com o qual se identificam.
· Carisma é um termo usado com sentido religioso, significando o dom gratuito de Deus, estado de graça etc.
· Weber usa o termo com sentido de uma qualidade extraordinária e indefinível de uma pessoa.
· Os grandes líderes políticos como Hitler, Kennedy, Gandi, Madre Tereza, Henfil, Jânio Quadros, Getúlio Vargas etc., a capitães de indústria, como o Matarazzo, Ford.
· O poder carismático também não tem base racional, é instável e facilmente adquire características revolucionárias. Não pode ser delegado, nem recebido em herança, como o tradicional.
· O líder se impõe por ser alguém fora do comum, possuidor de habilidades mágicas ou revelações de heroísmo ou poder mental de locução e não devido à sua posição ou hierarquia.
· É uma autoridade baseada na devoção afetiva e pessoal e no arrebatamento emocional dos seguidores em relação à sua pessoa.
· Aqui a legitimação da autoridade provém das características pessoais carismáticas do líder e da devoção e arrebatamento que consegue impor aos seguidores.
· O aparato administrativo envolve um grande número de seguidores, constituído de discípulos e subordinados mais leais e devotados.
· O pessoal administrativo é selecionado segundo a confiança que o líder deposita nos subordinados.
· Se o subordinado deixa de merecer a confiança do líder, ele passa a ser substituído por outro mais confiável. Daí a inconstância e instabilidade do aparato administrativo na dominação carismática.

AUTORIDADE LEGAL, RACIONAL OU BUROCRÁTICA
· Quando as pessoas aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um conjunto de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando.
· È uma autoridade técnica, meritocrática, administrada e ao mesmo tempo promulgada.
· O comando é eleito e exerce a autoridade sobre os comandados, baseado em normas e leis. A obediência não é devida a algumas pessoas em si, seja por suas qualidades pessoais excepcionais ou pela tradição, mas a um conjunto de regras e regulamentos legais previamente estabelecidos.
· A legitimidade do poder baseia-se em normas legais racionalmente definidas.
· A crença na justiça da lei é o sustentáculo da legitimação.
· A pessoas obedecem à leis e normas porque acreditam que elas são decretadas por um procedimento escolhido tanto pelos indivíduos como pelos que comandam.
· Aqui o governante é uma pessoa que alcançou tal posição por procedimentos legais como nomeação, eleição, concurso etc. e é em virtude de sua posição que ele exerce o poder dentro de limites fixados pelas regras e regulamentos sancionados legalmente.
· O aparato administrativo é a burocracia e tem seu fundamento nas leis e na ordem legal.
· A posição dos funcionários (burocratas) e suas relações com o governante, os governados e seus próprios colegas burocratas são definidas por regras impessoais e escritas.
· A burocracia é a organização típica da sociedade moderna democrática e das grandes organizações.

Aula extraída do capítulo 11 – Introdução à Teoria Geral da Administração - Chiavenato.

AULA DE TGA 1 NUMERO: 7

ABORDAGEM HUMANÍSTICA

§ Com a Abordagem Humanística - AH, a TC sobre uma reviravolta no seu conceito: a transferência da ênfase na tarefa e na estrutura organizacional para a ênfase nas pessoas que trabalham ou que participam nas organizações.

§ Começa-se a preocupar com os aspectos psicológicos e sociológicos, deixando os técnicos e formais de lado.

§ AH ocorre com o surgimento da Teoria das Relações Humanas - TRH, nos EUA, a partir da década de 30.

§ O desenvolvimento das ciências sociais, como a psicologia, e, em particular, a psicologia do trabalho, fortalece a TRH.

§ A psicologia do trabalho estava voltada para dois aspectos básicos:
1. a análise do trabalho e a adaptação do indivíduo ao trabalho – verificava as características das pessoas que cada tarefa exigia do seu executante e a seleção científica dos empregados baseada nessas características. Surge a seleção de pessoal, a orientação profissional, os métodos de aprendizagem e de trabalho, a fisiologia do trabalho, o estudo dos acidentes e da fadiga;

2. a adaptação do trabalho ao trabalhador – atenção aos aspectos individuais e sociais do trabalho, com a predominância desses aspectos sobre o produtivo. Verificou-se a personalidade do trabalhador e do chefe, da motivação e dos incentivos do trabalho, da liderança, das comunicações, das relações interpessoais e sociais dentro da organização.

§ Para a psicologia do trabalho existem dois fatores principais em qualquer atividade laborativa: o fator humano e o fator material, considerando como inseparáveis e complementares o aspecto produtivo e pessoal.

§ Com o aparecimento dos métodos de Taylor, a introdução de normas e métodos científicos foi longa e difícil e encontrou uma recusa declarada por parte do indivíduo, que se traduziu por uma queda de produtividade – resistência à mudança.

§ A grande depressão (1930) contribuiu para que o movimento taylorista perdesse espaço, e neste momento a AH, que considera o fator essencial da motivação do trabalhador o grau em que ele se beneficia de relações satisfatórias com os outros membros de seu grupo de trabalho.

§ Além do mais, as modificações que ocorreram no panorama social, econômico, político, tecnológico trouxeram novas variáveis para o estudo da administração. Ex: a troca de governos totalitarista por um governo democrático.

§ Com o desenvolvimento dos transportes e comunicação chega-se a um só mundo: a aldeia global.

§ As ligações entre países e uma certa dependência levam a uma constante busca de dominação e liderança em todos os aspectos.

§ Em 1929 acontece o desastre na bolsa de valores de NY, com repercussão no mundo, fazendo com que as atividades nas organizações fossem mais intensificadas.

§ Como existia uma dependência dos países capitalistas com os EUA, houve uma verdadeira reelaboração de conceitos e uma reavaliação dos princípios da administração.

§ A AH da administração começou logo após a morte de Taylor, mas somente a partir de 1930 é que efetivamente houve uma aceitação nos EUA e no resto do mundo após a segunda grande guerra mundial.

A INCORPORAÇÃO E EVOLUÇÃO DA VARIÁVEL HUMANA

· A causa imediata do aparecimento da Escola de Relações Humanas – ERH, está nos estudos realizados por professores da Universidade de Harvard na Western Electric, em sua fábrica de equipamentos telefônicos de Hawthorne, a partir de 1927.

· Os professores da Universidade de Harvard, após estudos e experiências, constataram que haviam relações de produtividade com o iluminação no local de trabalho.

· Os pesquisadores de Hawtorne eram todos cientistas sociais, que traziam para a Administração um grande acervo de conhecimento, que se bem adaptados poderiam sere de grande valor na solução de problemas das organizações econômicas.
A Experiência de Hawthorne
Em 1927 iniciou-se uma experiência em uma fábrica da Western Electric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne, cuja finalidade era determinar a relação entre a intensidade de iluminação e a eficiência dos operários, medidas por meio da produção.
Devido a Teoria das Relações Humanas passou-se a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas e a compreensão da motivação exige o conhecimento das necessidades humanas. A motivação refere-se ao comportamento que é causado por necessidades dentro do indivíduo e que é voltado na direção dos objetivos que podem satisfazer suas necessidades. Foram identificados três estágios de motivação:

- Necessidades fisiológicas;
- Necessidades psicológicas, e
- Necessidades de auto-realização.

A mensagem é clara, pode-se motivar uma pessoa quando se sabe o que ela necessita e quando uma necessidade de um determinado nível é satisfeita passa-se para o próximo nível na hierarquia.

Na época, valorizava o bem-estar dos operários, mantendo salários satisfatórios e boas condições de trabalho. A empresa não estava interessada em aumentar a produção, mas em conhecer melhores seus empregados.

1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne

Para analisar o efeito da iluminação sobre o rendimento dos operários, foram escolhidos dois grupos que faziam o mesmo trabalho e em condições idênticas: um grupo de observação trabalhava sobre intensidade de luz variável, enquanto o grupo de controle tinha intensidade constante. Os operários se julgavam na obrigação de produzir mais quando a intensidade de iluminação aumentava e, o contrário, quando diminuía. Comprovou-se a preponderância do fator psicológico sobre o fator fisiológico: a eficiência dos operários é afetada por condições psicológicas.


2. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne

Começou em 1927. Foi criado um grupo de observação: cinco moças montavam os relés, enquanto uma sexta fornecia as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (onde estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um contador de peças que marcava a produção. A produção foi o índice de comparação entre o grupo sujeito as mudanças e o grupo controle.

A pesquisa foi dividida em 12 períodos.

1° período: duraram duas semanas. Foi estabelecida a capacidade produtiva em condições normais de trabalho (2.400 unidades semanais por moça) que passou a ser comparada com os demais períodos.

2° período: cinco semanas. O grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo-se as condições e o horário de trabalho normal e medindo-se o ritmo de produção. Serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho.

3° período: modificou-se o sistema de pagamento. No grupo de controle havia o pagamento por tarefas em grupo. Os grupos eram numerosos (mais de cem moças), as variações de produção de cada moça eram diluídas na produção e não refletiam no salário individual. Separou-se o pagamento do grupo experimental e, como ele era pequeno, os esforços individuais repercutiam diretamente no salário. Esse período durou oito semanas. Verificou-se aumento de produção.

4° período: início da introdução de mudanças no trabalho. Um intervalo de cinco minutos de descanso no período da manhã e outro igual no período da tarde. Verificou-se novo aumento na produção.

5° período: Os intervalos de descanso foram aumentados para dez minutos. Novo aumento de produção.

6° período: introduziram-se três intervalos de cinco minutos na manhã e três à tarde. A produção não aumentou e houve quebra no ritmo de trabalho.

7° período: voltou-se a dois intervalos de dez minutos, em cada período, servindo-se um lanche leve. A produção aumentou novamente.

8° período: o grupo experimental passou a trabalhar até às 16h30min e não até às 17 horas, como o grupo de controle. Houve acentuado aumento na produção.

9° período: o grupo passou a trabalhar até às 16 horas. A produção permaneceu estacionária.

10° período: o grupo experimental voltou a trabalhar até às 17 horas. A produção aumentou muito.

11° período: estabeleceu-se a semana de cinco dias, com sábado livre. A produção diária do grupo experimental continuou a subir.

12° período: voltou-se às mesmas condições do 3° período, tirando-se todos os benefícios dados, com a aceitação das moças. Esse período durou 12 semanas. Inesperadamente a produção atingiu um índice jamais alcançado anteriormente (3.000 unidades semanais por moça).


Conclusão:

· As moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia trabalhar com liberdade e menor ansiedade;
· Havia um ambiente amistoso e sem pressões, na qual a conversa era permitida, o que aumentava a satisfação no trabalho;
· Não havia temor ao supervisor, pois este funcionava como orientador;
· Houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe;
· O grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado trabalhar normalmente.

3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne

Os pesquisadores, fixados no estudo das relações humanas no trabalho, verificaram que, no grupo de controle, as moças consideravam humilhante e constrangedora a supervisão vigilante.

Assim, em 1928 iniciou-se o Programa de Entrevistas (Interviewing Program) com os empregados para conhecer suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões quanto ao trabalho e tratamento que recebiam, bem como ouvir sugestões a respeito do treinamento dos supervisores. O programa obteve sucesso. Foi, então, criada a Divisão de Pesquisas Industriais para ampliar o Programa de Entrevistas. Entre 1928 e 1930 foram entrevistados cerca de 21126 empregados. Em 1931 adotou-se a técnica da entrevista não diretiva, onde o operário pode falar livremente, sem que o entrevistador desvie o assunto ou tente impor um roteiro prévio.

O Programa de Entrevista revelou a existência da Organização Informal dos Operários a fim de se protegerem das ameaças da Administração. Nela, os operários se mantêm unidos por de laços de lealdade.


4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne

Para analisar a relação entre a Organização Informal dos Operários e a Organização Formal da Fábrica, foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador na sala e um entrevistador fora entrevistando o grupo.

Sistema de pagamento baseado na produção do grupo. O salário só poderia ser maior se a produção total aumentasse. O observador pôde notar que os operários dentro da sala usavam uma porção de artimanhas – logo que os operários montavam o que julgavam ser a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes pressionando os mais rápidos para estabilizarem sua produção por meio de punições simbólicas.


5. Conclusões da Experiência de Hawthorne

a) Nível de Produção Resultante da Integração Social

O nível de produção não é determinado pela capacidade física ou fisiológica do empregado (como afirmava a Teoria Clássica), mas por normas sociais e expectativas grupais. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua capacidade de executar movimentos eficientes dentro do tempo estabelecido. Quanto maior a integração social do grupo, maior a disposição para trabalhar.

b) Comportamento Social dos Empregados

Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos. Portanto, a administração não pode tratar os empregados um a um, mas sim como membros de grupos e sujeitos às influências sociais desses grupos. A Teoria das Relações Humanas contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo máquina da Teoria Clássica.

c) Recompensas e Sanções Sociais

Os precursores da Administração Científica, baseados no conceito de hommo economicus, pelo qual o homem é motivado e incentivado por estímulos salariais, elaboravam planos de incentivo salarial, para elevar a eficiência e baixar os custos operacionais. Para a Teoria das Relações Humanas, a motivação econômica é secundária na determinação do rendimento do trabalhador. Para ela, as pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento, de aprovação social e participação nas atividades dos grupos sociais nos quais convivem. Daí o conceito de homem social.

d) Grupos Informais

Enquanto os clássicos se preocupavam com aspectos formais da organização como autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e movimentos, princípios gerais de Administração, departamentalização etc., os autores humanistas se concentravam nos aspectos informais da organização como grupos informais, comportamento social dos empregados, crenças, atitude e expectativa, motivação etc. A empresa passou a ser visualizada como uma organização social composta de grupos sociais informais. Esses definem suas regras de comportamento, formas de recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais, crenças e expectativas que cada participante vai assimilando e integrando em suas atitudes e comportamento.

e) Relações Humanas

As relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas a partir dos contatos entre pessoas e grupos. Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras com quem mantém contato. A compreensão das relações humanas permite ao administrador melhores resultados de seus subordinados e a criação de uma atmosfera na qual cada pessoa é encorajada a exprimir-se de forma livre e sadia.

f) Importância do Conteúdo do Cargo

A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão de trabalho. Trabalhos simples e repetitivos tornam-se monótonos e maçantes afetando negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e eficiência.

g) Ênfase nos Aspectos Emocionais

Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano merecem atenção especial da Teoria das Relações Humanas. Daí a denominação de sociólogos da organização aos autores humanistas.



· Segundo o freudismo havia uma dicotomia básica entre homem e sociedade. Dessa forma, o homem seria naturalmente anti-social e dominado pelos instintos. Cabendo a sociedade a repressão dos instintos humanos, através do processo de socialização.

· A concepção freudiana das relações humanas é explicada da seguinte forma: o indivíduo nasce completamente equipado de determinadas tendências biológicas, para a satisfação das quais recorre a outros indivíduos.

· Os outros indivíduos constituem apenas meios para o atendimento de determinados fins de cada um.

· Já os teóricos da ERH apontam como erro de Freud o fato dele considerar o indivíduo como unidade básica da sociedade. Para tais teóricos, muito mais importante é o grupo primário. É nele que se efetiva a educação do indivíduo, pois nele o indivíduo adquire hábitos e atitudes.

· Em nossos dias, é ponto pacífico que a personalidade humana constitui o resultado da interação de traços hereditários e culturais.

· Temos dois níveis de personalidades:

1º) personalidade central – formada durante o processo de socialização do indivíduo;

2º) personalidade periférica – formada através do contato e participação do indivíduo no grupo primário.

· Como decorrência dos processos de formação desses dois níveis de personalidade, mudanças na periférica são mais fáceis que na central, sendo, portanto mais eficiente tentar mudar as atitudes dos grupos que dos indivíduos isoladamente.

· Segundo Mary Parker Follet, existem três métodos de solução de conflito nas organizações:

1º) o da força

2º) o da barganha

3º) o da integração

· A Escola da Administração Científica pensava na solução dos conflitos em ternos de força. Já para Follet, a melhor solução seria através da interação dos interesses de ambas as partes.

· A ERH construiu sobre essa base o seu edifício teórico, com o objetivo, mais ou menos claro, de aumentar a lucratividade através da diminuição dos custos oriundos dos conflitos internos à empresa.

· Ainda para Follet, para a utilização do método de interação, muita imaginação e estudo aprofundado do problema se faziam necessários, advertindo que nem sempre a solução integradora era viável.

· Ao fazer a crítica implacável ao “homo economicus”, como modelo de natureza humana, a ERH sugeriu para substituí-lo o modelo do “homo social”.

· O “Homo social” tinha três características:

1ª) ele é apresentado como um ser cujo comportamento não pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas;

2ª) o homem é, a um só tempo, condicionado pelo sistema social e pelas chamadas demandas de ordem biológica;

3ª) em que pesem as diferenças individuais, todo homem possui necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio e auto realização.

· A ERH chancela a existência dos grupos informais. Estes são um conjunto de indivíduos suficientemente pequeno, de forma que possam comunicar-se entre si direta e freqüentemente.

· Um grupo informal emerge dentro de uma organização quando as interações informais entre um determinado número de indivíduos começam a intensificar-se e a tomar corpo.

· Um dos fatores que vai determinar a existência de um grupo formal é a tecnologia adotada e a semelhança de interesse entre os indivíduos.

· Quando os homens se reúnem em grupos, assim o fazem tendo em vista o atendimento de necessidades de segurança, aprovação social e afeto. Tudo isto pode ser satisfeito pelo grupo, que ainda se constitui em derivativos para a monotonia e a fadiga no trabalho.

· Preocupada com a relação entre moral e produtividade, a ERH colocou na motivação a grande possibilidade de levar o indivíduo a trabalhar para o atingimento dos objetivos da organização formal.

· O homem não poderia ser obrigado a realizar tarefas cujos fins desconhecesse, mas, ao contrário, deveria participar da própria decisão que desse origem à tarefa que devesse executar.

· Imaginava-se que na maior parte das vezes o tipo de liderança mais eficaz, seria a do tipo democrático, no qual o subordinado teria ampla possibilidade de opinar sobre o próprio trabalho, bem como estaria sujeito a um controle por resultado e nunca por supervisão cerrada.

Capítulo 2, Fernando C. P. Motta – 16ª Edição


DECORRÊNCIA DA TRH

· Surge uma nova linguagem no repertório administrativo: motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo etc..

· O conceito advindo da AC como autoridade, hierarquia, racionalização, departamentalização etc, sofrem duras contestações.

· A figura do engenheiro e técnico dá lugar ao sociólogo e psicólogo.

· A ênfase nas tarefas e estrutura passa a ser substituída pela ênfase nas pessoas.

· Os intervalos de descanso e paradas para o café são importantes porque reduzem a fadiga física individual e também permite que os indivíduos interajam, formando grupos sociais.

· Como vimos a AC alicerçava a motivação nos efeitos da recompensa financeira e material do trabalho.

· A Experiência de Hawthorne demonstrou que o pagamento, mesmo efetivado de forma justa, não é o único fator que trará a satisfação do indivíduo dentro das organizações.

· Para Elton Mayo o homem é motivado, não por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais.

· A compreensão da motivação do comportamento exige o conhecimento das necessidades humanas.

· O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e controle do homem, e estes chamamos de necessidades ou motivações.

· Assim o homem foi considerado um indivíduo dotado de necessidade que se alternam ou se sucedem conjunta ou isoladamente.

· Satisfeita uma necessidade, surge outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e indefinidamente.

· Ao longo da vida o indivíduo evolui por três níveis ou estágios de motivação e as diferenças individuais influem na duração, intensidade e possível fixação em cada um desses estágios.

· Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto-realização.

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· Todo comportamento humano é motivado e que a motivação, no sentido psicológico, é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando à satisfação de uma ou mais determinadas necessidades.

· Ciclo motivacional: o organismo humano permanece em estado de equilíbrio psicológico, até que um estímulo o rompa e crie uma necessidade.


FRUSTRAÇÃO

· A satisfação das necessidades nem sempre é obtida e, em conseqüência disso, haverá uma frustração, a tensão existente não é liberada, ocorrendo um estado de desequilíbrio.

· O ciclo motivacional pode alcançar outros objetivos além da solução da satisfação das necessidades ou frustração: a compensação ou transferência.



Equilíbrio




Necessidade

Barreira





Tensão


Comportamento


· No caso das necessidades fisiológicas, os objetivos são relativamente fixados e quase não têm compensação ou substitutos: fome só se satisfaz com alimento.

· Para as necessidades psicológicas e de auto-realização os objetivos são mais flexíveis e possibilitam transferência e compensação.

MORAL E ATITUDE

· O conceito moral começou a ser discutido na TRH.

· Moral: conceito abstrato, intangível, mas perfeitamente perceptível. Decorre do estado motivacional provocado pela satisfação ou não satisfação das necessidades dos indivíduos.

· O moral está relacionado com o estado motivacional, na medida em que as necessidades são satisfeitas pela organização, ocorre uma elevação do moral.

· O moral elevado faz com que cresça a colaboração e ainda assim depende do clima das relações humanas que desenvolve dentro das organizações, principalmente quando a organização formal permite em adequado entrosamento com a organização informal, quando a comunicação é de boa qualidade e o nível de supervisão é satisfatório.

· O moral é uma conseqüência do grau de satisfação das necessidades individuais.

LIDERANÇA

· A TC não se preocupou com a liderança e suas implicações, mas já a TRH verificou a enorme influência da liderança sobre o comportamento das pessoas.

· A Experiência de Hawthorne demonstrou a existência de líderes informais que absorvia as normas e expectativas do ambiente e que mantiam estrito controle sobre o comportamento do grupo, ajudando os indivíduos a agirem com um grupo social coeso e integrado.

· Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos (R. Tannenbaum).

· Liderança como uma qualidade pessoal: combinação especial de características pessoais que fazem de um indivíduo um líder.

· Liderança como função: advém de uma distribuição de autoridade de tomar decisões dentro de uma organização.

· O indivíduo que procura dar assistência e orientação ao grupo para que atinja um estado satisfatório tem grande possibilidade de ser considerado seu líder.

· Liderança é uma influência interpessoal e influência envolve conceitos de poder e autoridade.




ESTILOS DE LIDERANÇA

Autocrática
Democrática
Liberal (laissez-faire)
· Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.

· O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, cada uma por vez, na medida em que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo.

· O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho

· O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.
· As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimuladas e assistidas pelo líder.

· O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo, solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativa para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os debates.

· A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho

· O líder procura ser um membro normal do grupo, em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e elogios.
· Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder.

· A participação do líder no debate é limitada, apresentando apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que as pedissem.

· Tendo a divisão das tarefas como escolha dos companheiros fica totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de participação do líder.

· O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. O líder somente faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros quando perguntado.

· Na realidade organizacional o líder utiliza os três processos, de acordo com: situação, pessoas, tarefas etc.

COMUNICAÇÃO

· É a troca de informação entre indivíduos, sendo assim constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e de organização social.

· Com as conseqüências das Experiências de Hawthorne e da Liderança, passou-se a concentrar atenção na oportunidade de ouvir e apreender em reuniões de equipes e notar os problemas de comunicações entre grupos nas empresas.

· Procurou elevar a competência do Administrador por meio do trato interpessoal, no sentido de adquirirem condições de enfrentar com eficiência os complexos desafios de comunicação.

· A TRH criou uma pressão sobre a gestão, procurando modificar as habituais maneiras de dirigir as organizações e as pessoas.

· O enfoque das relações humanas fez com que o Administrador assegurasse a participação das pessoas dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa e incentivasse a franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos na organização.

· A comunicação é uma ferramenta de gestão que:
1. Proporciona informação e compreensão necessária para que as pessoas possam se conduzir nas suas tarefas;
2. proporciona as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos.

· Os dois propósitos juntos vão promover um ambiente que conduz a um espírito de equipe e a um melhor desempenho das tarefas:




Proporcionar informação e compreensão necessárias ao esforço das pessoas

+
Proporcionar as atitudes necessárias para a motivação, cooperação e satisfação no cargo

=
Melhor comunicação
conduz a um melhor
desempenho nos cargos





Habilidade de
Trabalhar

Vontade de
trabalhar

Trabalho de
equipe

Aula extraída do capítulo 6 – Introdução à Teoria Geral da Administração - Chiavenato.